CIÊNCIA EM VERSO - APENAS FENÔMENOS
Quando toldada minha consciência por tristeza inominável...
Sentimento amorfo, fugidio. Com traço inefável.
Não deixo de pensar que tudo que a consciência capta é assim...
Tateia, ébria com a descoberta, o fenômeno e nada mais.
Não há jamais, a mínima esperança de conhecer a fundo...
O que para além do sensório está, o mundano já é talvez demais.
A mente arguta, perturbada com a desesperança,
desconfiada e descrente...
desconfiada e descrente...
É como a lâmpada que, por um suposto e insondável elétron,
se torna incandescente.
se torna incandescente.
Sonho haver o elétron, pois há um fenômeno a que chamo corrente.
Sonho haver tristeza, pois há tempos em que não há no mundo sentido.
Sonho haver alma, pois tal visão corrupta é ininteligível à mente.
Suponho haver força, pois tenho que explicar sendo o movimento
mudado e mantido.
mudado e mantido.
E o poeta que contente constrói o ideário do sentimento onipotente.
Ambos cheios de certezas sobre o intangível, antes o lógico...
Enganando a si mesmo, com sua verdade contente.
O sentimento não é essência, seria antes fenômeno da alma?
Quem procura a essência usa o pior ardil, busca quimera.
A imagem, fugaz e enganosa que, talvez o espírito libera.